Um dos maiores tabus das mães e dos pais é falar sobre sexo com seus filhos, principalmente com um mundo tão globalizado, com informações chegando tão facilmente para eles. Atualmente, informações sobre sexo acabam chegando até as crianças e adolescentes pela internet, e não pela conversa com as mães. Porém, você já sabe realmente qual é a hora de falar sobre sexo com seus filhos, para não os deixarem ter uma visão distorcida das coisas pela internet?
É muito importante mães e pais falarem sobre sexo com seus filhos. As crianças, uma hora ou outra, terão acesso às informações sobre sexo, e essas informações podem interferir diretamente na visão delas sobre aquilo, criando uma versão grosseira e errada sobre. A participação da mãe e do pai é de extrema importância, pois é o elo mais próximo de confiança que os filhos criam enquanto criança. Os pais são a proteção e a válvula de escape para qualquer coisa.
Como falar sobre sexo com meus filhos?
O assunto sexo é algo um pouco complexo. Crianças e pré-adolescentes são ingénuos e conforme vão crescendo seu corpo vai mudando e informações vão surgindo, e com elas as dúvidas. Surgiram perguntas como: “Mamãe, por que o Joãozinho falou que a mãe dele está com uma criança na barriga?”, “Papai, por que meu pipiu está assim?” ou “Mamãe, o que é masturbação?”. Assim, as mães e os pais descobrem o exato momento que deve falar sobre sexo com seus filhos. As curiosidades deles precisam ser saciadas e as dúvidas precisam ser respondidas. Não se pode ter vergonha ao falar com eles, devem responder as perguntas que surgirem com naturalidade, cada pergunta de uma vez, sem lotar a cabeça deles com informações. Historiazinhas do tipo “O papai, colocou uma sementezinha na mamãe” ou “As crianças vêm de garças” são furadas e podem deixar a criança bem confusa. O correto é manter a sinceridade com eles, sem dar muitos detalhes com muitas informações, porém, sempre manter a verdade. Dizer que os filhos vêm dos pais e cresce na barriga da mãe; que o sexo é um tipo de afeto entre duas pessoas, mas que podem trazer doenças; citar a utilização da camisinha; ou que é normal o pênis ficar ereto.
Dependendo da idade da criança, utilizar um tom mais de brincadeira ou uma linguagem mais infantil é interessante e recomendado. Por exemplo, a criança pergunta sobre a gravidez de uma mulher na rua. A explicação deve ser feita falando que existe uma criança, igual à ela, crescendo na barriga da mulher, e que esse bebê irá sair depois de nove meses por um buraquinho que existe nela. Será uma informação simples, direta, sem muitos detalhes, porém totalmente verdadeira e sincera. A criança irá entender e ficará saciada, até aparecer uma próxima dúvida.
O que dizem os especialistas?
A sexóloga, Laura Muller, diz em uma entrevista para o G1 a seguinte frase: “O mais importante é não ter medo de lidar com o tema”. O segredo de tudo está ai. Ao falar de sexo com seus filhos, a mãe ou o pai devem ter total tranquilidade e não ter vergonha do tema. Sua filha não irá querer ficar grávida do primeiro namorado ou seu filho irá querer abusar de milhares de meninas, por causa dessa conversa. Na verdade, a conversa é um dos melhores meios de educação, falar sobre sexo com seus filhos de uma maneira sincera, irá ajudá-los e educá-los, e não ao contrário.
Outro assunto que cresceu muito nessa geração, em relação ao tema sexo, é o LGBT – Lésbicas, gays, bissexuais e transexuais. As crianças precisam ter suas dúvidas respondidas sobre esse tema. Importante elas se descobrirem desde o início da vida, para não sofrer tanto com a sua aceitação em uma sociedade tão preconceituosa, como é a atual. Além também, de diminuir esse preconceito e as pessoas crescerem aceitando as diferenças entre elas.
A conversa entre pais e filhos deve existir desde sempre, e sobre qualquer assunto. As crianças precisam ser educadas para o mundo, para autonomia e para as responsabilidades. E o sexo é um assunto que ficará presente por toda sua vida. Não falar sobre sexo com seus filhos de uma maneira sincera, os deixando descobrir sozinhos, não deve ser uma opção. A vergonha deve ser colocada de lado, o assunto deve ser tratado com total sinceridade e tentando entender ou saciar o que a criança busca entender, sem pular etapas ou jogar muitas informações de uma só vez.